
O Grande Colégio Hermético é uma federação internacional de ordens iniciáticas e esotéricas de tradição hermética, martinista e rosacruciana, que coordena e preserva diferentes linhagens ligadas ao simbolismo, à teurgia, à cabala, ao hermetismo cristão e à maçonaria egípcia (como o Rito de Memphis-Misraïm). Sob a .presidência de Fabrice Mogini, o Colégio atua como uma estrutura-mãe que unifica diversas ordens autônomas, garantindo continuidade ritual e doutrinária entre as vertentes ocidentais do esoterismo.
Seu corpo diretivo inclui grão-mestres de várias ordens — como a Ordem Martinista, os Elus Coëns, a Rosa+Cruz do Oriente, a Ordem Cabalística da Rosa+Cruz e outras — além de representantes nacionais em países da Europa, África e América. O Colégio também abriga ordens internas e afiliadas, como a Ecclesia Hermética e a Ordem da Rosa Cruz Essencial, funcionando como um centro de convergência e guarda da Tradição Hermética, mantendo a linhagem de mestres como Ambelain, Mauer e Giudicelli de Cressac Bachelerie
A Cruz Rosa+Ouro (Rosae et Aureae Crucis), de linhagem alemã, representa uma vertente alquímico-hermética da tradição rosacruciana, surgida no século XVI e revitalizada no XVIII. Documentos como os Símbolos Secretos dos Rosacruzes (1785) e o Aurea Catena Homeri (1781) expressam sua busca pela síntese entre arte, ciência e espiritualidade, transmitindo o legado esotérico da Pedra Filosofal e da sabedoria hermética. Obras de autores como Samuel Richter (Sincerus Renatus), Toeltius e Ehrd de Naxágoras consolidaram essa corrente como guardiã dos mistérios alquímicos da regeneração interior e da união dos opostos. Mais tarde, mestres como Alexander von Bernus e Pierre Mugler deram continuidade à tradição, preservando a Ordem da Rosa+Cruz de Ouro como herdeira direta do espírito original rosacruciano e da antiga fraternidade hermética europeia.
A Irmandade Hermética de Luxor (HB de L.), fundada em 1884, foi uma sociedade secreta dedicada ao ocultismo prático, oferecendo a seus membros o desenvolvimento de habilidades psíquicas como a clarividência, por meio do uso de espelhos mágicos, práticas sexuais rituais e substâncias psicoativas. A ordem se diferenciava da Sociedade Teosófica por seu caráter experimental e ritualístico, propondo um contato direto com entidades espirituais — os “mestres do círculo interno” — que supostamente guiavam o neófito em sua iniciação. Liderada por figuras como Peter Davidson, Thomas H. Burgoyne e o enigmático Max Théon, a HB de L. atraiu nomes influentes do esoterismo do século XIX, como Papus, Emma Hardinge Britten e René Guénon, difundindo a máxima Omnia Vincit Veritas (“A Verdade Tudo Vence”). Suas doutrinas mesclavam hermetismo, magia cerimonial, magnetismo e ensinamentos de autores como Agrippa, Fabre d’Olivet e Paschal Beverly Randolph, cuja ênfase em “magia sexual” e uso de drogas inspirou parte central de seus rituais.
Apesar de seu discurso místico, a HB de L. esteve envolvida em controvérsias e acusações de fraude, especialmente após o escândalo da “colônia esotérica” de Loudsville, que marcou a queda de sua seção inglesa em 1888. O conflito aberto com H.P. Blavatsky e a Sociedade Teosófica — acusadas de deturpar o verdadeiro ocultismo — gerou uma guerra ideológica e midiática, levando Blavatsky a fundar sua Seção Esotérica em 1888. Mesmo após seu declínio, a Irmandade de Luxor deixou uma marca profunda na história do esoterismo ocidental, influenciando correntes posteriores como o martinismo, o movimento cósmico de Théon e parte das tradições herméticas modernas. Envolta em mistério, sua origem permanece incerta — entre mito, manipulação e uma autêntica busca espiritual pelas chaves ocultas da alma e do cosmos.
A Ordem Kabalística da Rosa-Cruz (O.K.R.C.), fundada em 1888 por Stanislas de Guaita e Joséphin Péladan, representou uma síntese entre a tradição rosacruciana, a cabala judaico-cristã e o hermetismo ocidental. Inspirada por figuras como Éliphas Lévi, buscava unir ciência, misticismo e arte numa via iniciática que conduzia à iluminação interior e à reintegração do ser. Estruturada em graus e rituais simbólicos, a Ordem visava o estudo profundo da Cabala, da alquimia, da teurgia e da filosofia esotérica, tendo como propósito restaurar a sabedoria perene dos antigos mistérios e oferecer ao iniciado o caminho da autotransformação espiritual.
Com sede em Paris e forte influência literária e filosófica, a O.C.R.C. marcou o renascimento do ocultismo francês no fim do século XIX, atraindo artistas, filósofos e esoteristas. Após divergências internas, Péladan fundou a Ordem Católica da Rosa-Cruz do Templo e do Graal, enquanto de Guaita manteve o núcleo cabalístico original, que mais tarde inspiraria grupos martinistas e hermetistas modernos. Seu legado reside na visão da Rosa-Cruz como símbolo da união entre o divino e o humano, a cruz da matéria fecundada pela rosa da alma — imagem viva do processo de regeneração e individuação espiritual.
O Ordre Martiniste Initiatique (OMI) é uma fraternidade iniciática que preserva e transmite a tradição espiritual do martinismo original, fundada por Martinez de Pasqually, Louis-Claude de Saint-Martin e Jean-Baptiste Willermoz. Enraizado na teurgia, na mística cristã e na filosofia hermética, o OMI busca a reintegração do ser humano em sua origem divina por meio da via interior do “Homem de Desejo”. Estruturado em graus simbólicos e espirituais, o OMI combina o caminho teúrgico de Pasqually, a via interior de Saint-Martin e o cavaleirismo espiritual de Willermoz, formando um sistema que une contemplação, ação e iniciação.
Sob a direção de Michel Gaudart de Soulages, IV° Grão-Mestre Mundial, o OMI se define como uma Grande Hierofania — uma manifestação visível da Tradição Hermética e Martinista no mundo contemporâneo. Está presente em diversos países e atua como uma escola de sabedoria que integra o estudo do simbolismo, da cabala, da alquimia e da mística cristã. Sua missão é formar homens e mulheres de desejo, restaurando neles a ligação entre o humano e o divino, e perpetuando o ideal rosacruciano de transformação interior e serviço à humanidade.
A La Massenie du Saint-Graal é uma Ordem de Cavalaria iniciática que remonta ao século XIV, tendo sido reativada em 1974 por Gabrielle Carmi sob a égide da Igreja Gnóstica Galicana. Seu propósito central é preservar e transmitir os valores espirituais do Templo, conduzindo os buscadores ao Reino da Luz original por meio da vivência dos Mistérios e da compreensão do princípio imutável da Luz. A Ordem atua nos planos humano, espiritual e material, ensinando que o despertar da centelha do Espírito abre o caminho para a verdadeira vida e para a iniciação nos Mistérios, seguindo a tradição das antigas Escolas de Mistérios e a filosofia da cavalaria espiritual.
Gabrielle Carmi, nascida em 1904 na Nova Caledônia, destacou-se como juíza de menores, ativista social e estudiosa de religiões e Cabala. A partir de 1952, uma série de sonhos guiou-a a redescobrir a Ordem e criar a primeira Massenie, com a ajuda de seu marido e sob a orientação do espírito de Jean de Rampillon, um antigo Templário. Hoje, a Missa do Santo Graal e os membros das Massenies seguem princípios de tolerância, serviço, autodesenvolvimento e valorização do ser humano em sua essência, promovendo a iniciação, o conhecimento e a preservação do espírito do Templo, integrados à Igreja Gnóstica Galicana desde 2019.
Ordens Principais:
Ordens Amigas/Parceiras:
Ordens Internas:
Usamos cookies para analisar o tráfego do site e otimizar sua experiência nele. Ao aceitar nosso uso de cookies, seus dados serão agregados com os dados de todos os demais usuários.